A Polícia Rodoviária já multou 22 caminhoneiros na região de Ribeirão Preto (SP) por descumprir a determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige o uso de lonas durante o transporte de cana-de-açúcar. A medida entrou em vigor há exatamente um mês.
Depois de ser adiada duas vezes desde 2013, a pedido das indústrias do setor sucroenergético, a exigência do Contran passou a valer em 1º de junho e a infração é considerada grave: o motorista recebe cinco pontos na carteira e deve pagar multa de R$ 195,23.
O sargento da Polícia Rodoviária Thomaz Bueno afirma que a fiscalização foi intensificada, principalmente nos trechos próximos a usinas de açúcar e etanol, onde o tráfego de caminhões carregados com cana é maior.
“Às vezes, o pessoal coloca a lona de forma inadequada, não cobre realmente a cana, ou coloca a lona simplesmente por cima, sem amarrar. Então, a gente insiste aos caminhoneiros que cubram a carga de forma correta, porque é uma infração grave”, diz.
Bueno explica que o objetivo da norma é evitar que a carga espalhe na pista ou caia sobre outros veículos durante o trajeto, e provoque acidentes. Na região de Ribeirão, é comum encontrar farelo de cana ou mesmo pedaços da planta nas rodovias.
Críticas
A medida chegou a ser criticada pelo setor sucroenergético, que reclamou de gasto desnecessário com a instalação das lonas – o custo varia de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil – e defendeu que o transporte da cana, se feito corretamente, dispensa o uso desse acessório.
O material de alta densidade, geralmente à base de polietileno, precisa cobrir todo o compartimento e ser resistente o bastante para suportar os vários acionamentos diários, que, em média, passam de seis vezes.
Os usuários das rodovias, por outro lado, comemoram a vigência da determinação, afirmando que deve trazer mais segurança. O motorista Evandro Lucas Costa viaja de moto e diz que o uso das lonas deve evitar acidentes.
“Eu sou de Minas Gerais e só de vez em venho a São Paulo, mas a gente ainda vê alguns caminhões sem lona ainda. Seria bom se todos estivessem usando porque melhorava bem a segurança para todos, não só para motoqueiro, mas para carros também”, afirma.